Introdução

De todas as estrelas, falamos de uma distante, uma que brilha perante o sombrio. Se confiar em mim nesta trilha escura, posso te guiar até essa estrela que se destaca, agarre minhas mãos e feche os olhos para cruzar o limite de espaço, viajar até onde o horizonte do infinito permitir. Quando encontra-la, não haverá duvidas de que será a que descrevi, a aurora dourada irá banhar o seu rosto e te aquecer no frio deste vazio, entretanto, saiba que todo aquele consagrado pela luz terá sua sombra, um escuro que te vigia, te abraça sem dizer o nome. Se der as costa para a Estrela, se permitir teus olhos de encarar a face de Haraphim, então estará perante o sombrio.

Vamos conhecer este astro, certo? Existe muito a ser contado... Acredito que algumas histórias devem ser esquecidas, quando estivermos prontos irei lhe contar a vinda da Sombra e seus Vassalos Corvídeos. Acho que se começarmos de algo simples pode ser tedioso, e se escolher algo trágico fará perder toda a fantasia deste brilho. Bem, independente da situação, temos que partir do principio, precisamos da base para saber onde estamos e quais são os limites deste plano tão distante.

Não sei dizer de onde esta Estrela surgiu, se ela navegou até aqui ou se este é seu berço, não posso dizer sua idade, porem posso dizer que havia seres como você e eu. Nesta estrela há mares repletos de vida, e continentes abundantes de florestas. Quando as mãos destes novos homens tocaram a alma, eles sentiram vida entre seus dedos, e você pode conhecer esta energia como “magia”. Descoberto a magia, eles evoluíram assim como nossa espécie, mas da forma deles, com as próprias ambições e criatividade, não sentiam frio à noite porque tinham fogo em seu sobro, não temiam a fome já que tinham água em suas mãos para regar as colheitas, não eram feridos graças ao ferro em sua pele. Os primeiros “magos” surgiram, cada um fazia a sua magia conforme a tocavam, e quando a próxima geração herdou este sangue puderam se equivaler ao nível de seus anteriores e aprimorar.

A cada ciclo eles cresciam, aprendiam a domar novas habilidades, e as famílias se diversificavam e tomaram certas forças somente para si. Outros grupos ficaram com o sangue tão diluído que perderam a capacidade de conjurar feitiços. Porem, a exposição a estes atos teve um preço. Assim como uma toxina, a magia alterou corpo e mente de usuários, talvez por sua fraqueza ou uso exagerado. Escamas substituíram a pele dos magos, pelos cresceram pelo corpo de outros, foi inicio de uma nova era de seres, de raças tão diferentes que foram batizadas a novos nomes.

Por todos esses anos indecifráveis de evolução, as criaturas desta estrela ergueram muros, estes que iriam confrontar o vento, e colocaram teto sobre as cabeças cujo protegeria da chuva. Após as tribos, formaram vilas, e logo se criaram os reinos... Perdi-me tantas vezes nas estradas de pedra, ou nos salões reais ao ponto de esquecer onde era meu verdadeiro mundo. Foi em um destes reinos que as Trevas surgiu, belo e apaixonado, ninguém imaginaria o quão cruel o destino seria com a Sombra. Não quero falar sobre isso.

Foi na vila Abnáv q surgiu o primeiro usuário da Magia, seus feitos admiravam os demais. Os mais antigos ficaram com medo de ver algo novo, o desconhecido pode ser assustador, porem para os mais jovens o desconhecido pode ser excitante. O primeiro então ganhou pupilos, e ele os viu mais do que como alunos, ele os uniu como família. Se passou anos e o mago estava velho, mais impaciente e rigoroso com seus alunos, alguma coisa não estava certa com sigo, o poder que usava consumia parte de sua essência cada vez que conjurava, entretanto ninguém sequer pensou que a própria magia seria o problema.

Os pupilos cresceram, eles faziam sua parte em Abnáv usando de feitiços ao seu favor, e esse poder invejou aqueles que não trabalhavam duro, os magos já não conseguiam se comunicar com os demais na vila, eles eram afastados como uma praga contagiosa. O problema se desenvolveu, os pupilos eram minoria, portanto foram expulsos de Abnáv.

Foi então que com sua essência eles construíram Artanáv, uma segunda vila em meio as árvores e criaram seus filhos com os ensinamentos de seu antigo professor, porem dessa vez contando histórias sobre a rivalidade com a tribo da qual foram expulsos, um ato vingativo e rancoroso, mas por parte de Abnáv houve o mesmo.

As comunidades rivais cresceram e o apelido “mago” era um insulto de Abnáv para Artanáv, um gesto preconceituoso. O coração dos magos ficava diferente a cada dia, e as provocações estavam sendo difíceis de serem suportadas. A guerra entre as nações começou a ser levada a sério e o resultado foi um incêndio que destruiu parte da floresta. Os magos fundaram um novo reinado naquele solo infértil e Artanáv se expandiu.

Com o passar de gerações, os magos foram contaminados pela própria essência, o uso diário sem pausa os intoxicou e mudou sua aparência física. Para cada tipo de magia o corpo adotava uma nova resistência; aqueles com contato aquático ganharam escamas, os que se envolviam com as plantações estavam ganhando pelos e para cada tipo de espécie os outros repudiavam como criaturas.

Novas intrigas surgiam, tribos se misturavam com outras após membros serem exilados. As raças se misturaram, esses novos seres tiveram seus filhos e o sangue contaminado se espalhou por terras. Ao passar das eras, os magos deram nomes para suas diferentes essências, e cada vez mais vaidosos de si perdiam o autocontrole.

Artanáv era uma comunidade fechada, não aceitava diferentes em sua floresta amaldiçoada onde até as árvores pareciam ter vida, as feras se devoravam e o vento sussurrava. A mana dos bruxos já estava enraizada naquela terra, espalhando a doença para cada folha em cada galho. Já não eram mais humanos, eram elfos e ninfas, erguendo suas casas no alto das árvores onde faziam oferendas a um deus cujo acreditavam ser o progenitor de seus poderes.

Por debaixo dessas árvores, nasceram duas crianças: Ashra e Vicero. A ninfa se inspirou nas histórias, queria ser como os antigos e se tornar história por gerações, estudava sua própria essência ígnea e aperfeiçoava, porem seus tutores sentiram que a ansiedade da aprendiz estava fugindo do controle. Vicero por outro lado escutou o lamento do vento, se recusou a ser como os feiticeiros e machucar ainda mais aquela floresta que suplicava por cuidados.

Vicero acolhia pequenos animais desde criança, os tratava das feridas e afugentava os predadores. Se sentava ao tronco das árvores para ouvi-las cantar e compartilhava da melancolia delas, escutava suas dores. Sua dedicação evoluiu seu espírito para um novo tipo de mana, e enquanto os demais elfos ficavam com a mente embaçada, a ligação de Vicero com a natureza o fez encontrar um estado pleno.

A feiticeira Ashra quando adulta se tornou a maior atenção dos instrutores, ela não queria apenas ser uma boa maga, o coração dela estava em chamas e ela queria supera-los. Um dia, Ashra se encontrou com Vicero, e ele vendo a mana da ninfa perdendo a controle quis orienta-la. Da mesma forma que a floresta compartilhava energias com o druida, Vicero compartilhou sua mana com a mulher, ele não sabia que futuramente isso seria um erro.

Ashra agora sabia que a mana podia ser compartilhada, então se dedicou a descobrir como tirar a magia de outros seres a força. Dessa forma ela roubou a essência de seus mestres, o poder a subiu mais que a cabeça, toda a magia transbordou por seu corpo e Ashra se tornou em algo animalesco, uma criatura sedenta por mais poder e naquela noite, para cada bruxo que ela drenou o seu poder destruiu mais o seu corpo. O que antes era um ninfa, veio a se tornar um monstro gigantesco, uma criatura alada que sobro de fogo. As chamas ergueram um novo incedio nas terras de Artanáv, todavia não foram páreas para a própria natureza ao lado do druida.

Vicero derrubou a criatura, a imagem de Ashra foi fossilizada em uma montanha para que todas recordem o perigo da feitiçaria. A história foi repassada, e o elfo teve seu lugar em Artanáv para recriar a floresta. O que antes eram terras amaldiçoadas, se tornou um mundo encantado por novas magias e novos bruxos.

Mas foi ingênuo de Vicero acreditar que seguiriam uma nova conduta, enquanto alguns se converteram para o bem da floresta Artanáv, outros queriam manter os princípios. As discussões causaram mais intrigas naquela nação e sentindo-se indignados parte dos elfos se afastou da sociedade para continuar os antigos cultos em outra região da floresta.

Os elfos de Artnáv corrigiram seus erros, compartilharam energia com as árvores e as fizeram prosperar, a energia positiva que lhe foi devolvida os arrancou a cor escura de sua pele e os deram brilho de novos elfos. Porem, os que desertaram se tornaram ainda mais cinzentos, estavam amaldiçoados com sua mana sombria. Por entre esses elfos escuros, alguns se tornaram tão deformes que já não eram chamados de elfos, foram afastados e nomeados de orcs.

Eles eram horrendos aos olhos dos xamãs élficos, medonhos, e seu comportamento agressivo vindo da mana maligna estavam os tornando problemáticos para o culto. Retirados a força, os orcs foram expulsos da seita dos elfos amaldiçoados, eles culparam uns aos outros e se dividiram na floresta; metade procurou abrigo nos elfos de Artanáv, onde Vicero comandava a dezenas de anos, o Druida aceitou a entrada dos orcs lhes oferecendo uma nova discplina como acordo. Reinventados com a nova magia da floresta, os orcs escuros se tornaram verdes como as folhas, se tornaram os Orcs de Artanáv.

Os orcs escuros vagaram para o norte, distante das árvores eles encontraram as montanhas, e mais adiante, nos altos picos eles se perderam na neve. Já não se interessavam pela cultura dos xamãs, as magias era seu repudio, a cada passo fortaleciam seu corpo e seu ódio. E na encosta de uma montanha eles encontraram o reino dos Urza. Uma sociedade construída na montanha, de pedras os muros de erguiam, dos ursos da região eles faziam seus casacos como símbolo. Os mesmo ursos eram seus companheiros, sua refeição e seus caçadores. Os orcs foram recebidos, nãos como criaturas malditas, diferentes dos seus ex-semelhantes, esses orcs cinzentos se tornaram os Orcs da Neve dentro do império de Urza.